Mais uma vez chegou o dia da avaliação, dessa vez foi solicitado que escolhêssemos uma imagem e fizéssemos a relação das temáticas trabalhadas durante o semestre. A escolha da minha imagem se deu através de um comentário que a minha mãe fez sobre o livro Fernão Capelo Gaivota e, então fui procurar saber um pouco mais da história, à história é sobre uma gaivota que gostava de voar e de ser “livre” e acaba sendo banida do grupo, por não se comportar como as demais gaivotas.
[...] “O homem só pode crescer - isto é, ser cada vez mais – através da expansão gradual e contínua da percepção de si em relação a si mesmo, em relação aos outros, em relação ao mundo. Como ser incompleto e inacabado que é sua vida deveria se constituir em uma constante busca de concretização de suas potencialidades e, desta maneira, humanizar-se a todo o momento. Este deveria ser o papel de todo o processo de construção dos seres humanos, quer seja por meio da educação formal, informal ou pessoal (auto-educação). Coisa que, efetiva e lamentavelmente, não tem ocorrido”. (Medina, João Paulo S. 1990, p. 24). O que pude perceber durante esse semestre é que nós não somos ensinados a pensar, aquele que pensa e questiona é subversivo, passa a ser visto de uma forma negativa. Para que isso não aconteça preferimos não questionar o sistema, a cultura, nossa família, nossos professores e nem a nós mesmos, não procuramos saber de nossas potencialidades e nos acomodamos como se só tivéssemos a capacidade de reproduzir o que nos foi “ensinado”. Com o decorrer das aulas os professore foram nos tirando de nossa zona de conforto, para nos fazer pensar, questionar, pesquisar e debater [...] “De fato, se a cultura influencia no comportamento humano, quem produz e transforma a cultura cotidiana são os homens. Falando da tradição cultural, eu pretendo rechaçar uma idéia tão precipitada quanto ingênua de que basta a conscientização a respeito dos nossos erros para a transformação de nossos atos”. (Daolio, 2003, p. 113). Passamos nos questionar como ser humano, cidadão, filho, aluno etc... E ao fazermos isso passamos a nos questionar quanto futuros professores de Ed. Física, será que vamos ter força suficiente para continuar “voando” ou vamos passar a nos comportar como as demais gaivotas para que não sejamos banidos do grupo? [...] “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo — ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam”. (Focault, Michel, 2008, p. 117) O que é mais importante: A técnica ou a pessoa? Modelar ou formar? A disciplina ou a participação? Domesticar ou educar? (Oliveira, Vitor M. 2004, p. 10) ou será que vamos levar para os nossos alunos essa “liberdade” de pensar e questionar? (Vilela, Silvio H. 2006) Segundo Darido (2003) [...] "Os próprios alunos poderiam transformar-se em agentes socioculturais, favorecendo a utilização desse espaço como um a mais para a apropriação de vivências de lazer. Apropriar-se da escola pode significar a responsabilidade sobre ela." Lazer na escola? (Vilela, Silvio H. 2006) Segundo MARCELLINO in DE MARCO (2006) citados por Vilela [...] “o lazer relaciona-se diretamente à educação física escolar, que tem como seu mediador o professor que pode através do mesmo construir valores, respeito, solidariedade, enfim dar todo um aparato par o bem estar daquela comunidade que percebe no lazer uma melhora de vida". Quando o aluno tem contato com diversas práticas corporais ele tem como pensar melhor na forma de aproveitar o tempo vago do seu dia ou do final de semana (Silva, Cintia L. da, 2009, p. 7) De acordo com Daolio (2003) citado por Silva [...] “Compreende-se que, com a aplicação da referida proposta em aulas de Educação Física, os alunos poderão ter acesso a essa manifestação cultural, de modo a atender à finalidade dessa instância de ensino, de assegurar que os alunos adquiram autonomia em relação aos elementos da cultura corporal, para que, mesmo sem aulas de Educação Física, em sua vida futura, eles sejam capazes de praticar e apreciar atividades físicas, esportivas ou dança na hora do lazer”. Ter contato com várias práticas corporais proporciona ao aluno aprender também sobre cooperação. Segundo Osborne (2010 apud Murad, 2009) A melhor forma de interação social seria a cooperação, pois essa contribui para a redução da competição e neutralização do conflito. Essa cooperação, o autor explica fazendo referência à Piaget é essencial para o processo de aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo. É missão da escola formar cidadãos que sejam, dentre outras coisas, capazes de questionar exclusões e identificar realidades. Por outro lado, Murad afirma que é necessário lidar com o elemento da competição porque ele também é próprio da condição humana. O aluno passa a ter noção também do corpo em sua totalidade e passa entender a importância de se respeitar como corpo [...] “Ao tentar explicar todas as suas dimensões, o homem se retalha em duas, três ou quatro partes e depois se torna incapaz de perceber a totalidade em que elas se realizam” (Medina, João Paulo S. 1990 p.42). Como professores que entendem que os alunos devem saber pensar e questionar, também temos o dever de proporcionar o conhecimento total das práticas aplicadas em aula, como a história e a mudança que pode acontecer em suas atitudes [...] “Ao longo da história dessa disciplina (Ed. Física), priorizou-se os conhecimentos numa dimensão procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se relacionar nas manifestações dessa cultura (DARIDO e RANGEL, 2005).
Nossa caminhada de “liberdade” está apenas começando, já começamos ter outra visão da nossa futura profissão, assim como na revolução galilaica, quando Galileu observa através do telescópio as manchas solares e outro cientista não as vê nas mesmas condições e, isso acontece quando passamos a perceber que existe outra possibilidade além do que nos foi ensinado e passamos a quebrar paradigmas. Assim como Fernão Capelo teve um mestre Chiang para dar um norte sobre essa liberdade tão desejada por ele, nós também temos os nossos professores, porém um dia eles não estarão mais conosco e então vamos precisar ter autonomia para continuar a nossa caminhada e não nos deixar acomodar [...] “Chegou o dia em que Chiang se evaporou. Falara calmamente a todos, exortando-os a nunca deixarem de aprender, de treinar e de lutar por compreenderem cada vez melhor o perfeito e invisível princípio de toda a vida”. (Bach, Richard 1970. P. 99). Após ter se separado de seu mestre Fernão Capelo passas a ser o mestre de outras gaivotas.
Bibliografia:
- Medina, João Paulo S. Educação Física de corpo... e “mente”. ed.Papirus, Campinas, SP, 9º edição, 1990.
- Daolio, Jocimar, Cultura: educação física e futebol. 2ª ed. Ver. e ampliada. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 2003.
- Focault, Michel, Vigiar e Punir, Editora Vozes, ed. 35ª, Petrópolis RJ 2008.
-Oliveira, Vitor M, O que é Educação Física. Editora Brasiliense, São Paulo, 2004. 4ª reimpr. da 11. Ed. de 1994.
- Vilela, Silvio H. Lazer na Educação Física Escolar: Compromisso ou Abandono Pedagógico? http://cev.org.br/biblioteca/lazer-educacao-fisica-escolar-compromisso-abandono-pedagogico, 2006. Data de acesso 25/05/2010.
- Silva, Cintia L. da, Vivência de atividades Circenses Junto a Estudantes de Educação Física: Reflexões Sobre Educação Física no Ensino Médio e Tempo Livre, www.anima.eefd.ufrj.br/licere/pdf/licereV12N02_a1.pdf, 2009, data de acesso 01/06/2010.
-Osborne, Renata eBatista, Washington A. Mestrado em Ciências da Atividade Física, UNIVERSO, Niterói, RJ, Brasil- Motriz, Rio Claro, v.16 n.1 p.28-36, jan./mar. 2010. Acesso 14/04/2010.
-Bach, Richard. A História de Fernão Capelo Gaivota. Editora nórdica, Nova York, 1970.
[...] “O homem só pode crescer - isto é, ser cada vez mais – através da expansão gradual e contínua da percepção de si em relação a si mesmo, em relação aos outros, em relação ao mundo. Como ser incompleto e inacabado que é sua vida deveria se constituir em uma constante busca de concretização de suas potencialidades e, desta maneira, humanizar-se a todo o momento. Este deveria ser o papel de todo o processo de construção dos seres humanos, quer seja por meio da educação formal, informal ou pessoal (auto-educação). Coisa que, efetiva e lamentavelmente, não tem ocorrido”. (Medina, João Paulo S. 1990, p. 24). O que pude perceber durante esse semestre é que nós não somos ensinados a pensar, aquele que pensa e questiona é subversivo, passa a ser visto de uma forma negativa. Para que isso não aconteça preferimos não questionar o sistema, a cultura, nossa família, nossos professores e nem a nós mesmos, não procuramos saber de nossas potencialidades e nos acomodamos como se só tivéssemos a capacidade de reproduzir o que nos foi “ensinado”. Com o decorrer das aulas os professore foram nos tirando de nossa zona de conforto, para nos fazer pensar, questionar, pesquisar e debater [...] “De fato, se a cultura influencia no comportamento humano, quem produz e transforma a cultura cotidiana são os homens. Falando da tradição cultural, eu pretendo rechaçar uma idéia tão precipitada quanto ingênua de que basta a conscientização a respeito dos nossos erros para a transformação de nossos atos”. (Daolio, 2003, p. 113). Passamos nos questionar como ser humano, cidadão, filho, aluno etc... E ao fazermos isso passamos a nos questionar quanto futuros professores de Ed. Física, será que vamos ter força suficiente para continuar “voando” ou vamos passar a nos comportar como as demais gaivotas para que não sejamos banidos do grupo? [...] “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo — ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam”. (Focault, Michel, 2008, p. 117) O que é mais importante: A técnica ou a pessoa? Modelar ou formar? A disciplina ou a participação? Domesticar ou educar? (Oliveira, Vitor M. 2004, p. 10) ou será que vamos levar para os nossos alunos essa “liberdade” de pensar e questionar? (Vilela, Silvio H. 2006) Segundo Darido (2003) [...] "Os próprios alunos poderiam transformar-se em agentes socioculturais, favorecendo a utilização desse espaço como um a mais para a apropriação de vivências de lazer. Apropriar-se da escola pode significar a responsabilidade sobre ela." Lazer na escola? (Vilela, Silvio H. 2006) Segundo MARCELLINO in DE MARCO (2006) citados por Vilela [...] “o lazer relaciona-se diretamente à educação física escolar, que tem como seu mediador o professor que pode através do mesmo construir valores, respeito, solidariedade, enfim dar todo um aparato par o bem estar daquela comunidade que percebe no lazer uma melhora de vida". Quando o aluno tem contato com diversas práticas corporais ele tem como pensar melhor na forma de aproveitar o tempo vago do seu dia ou do final de semana (Silva, Cintia L. da, 2009, p. 7) De acordo com Daolio (2003) citado por Silva [...] “Compreende-se que, com a aplicação da referida proposta em aulas de Educação Física, os alunos poderão ter acesso a essa manifestação cultural, de modo a atender à finalidade dessa instância de ensino, de assegurar que os alunos adquiram autonomia em relação aos elementos da cultura corporal, para que, mesmo sem aulas de Educação Física, em sua vida futura, eles sejam capazes de praticar e apreciar atividades físicas, esportivas ou dança na hora do lazer”. Ter contato com várias práticas corporais proporciona ao aluno aprender também sobre cooperação. Segundo Osborne (2010 apud Murad, 2009) A melhor forma de interação social seria a cooperação, pois essa contribui para a redução da competição e neutralização do conflito. Essa cooperação, o autor explica fazendo referência à Piaget é essencial para o processo de aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo. É missão da escola formar cidadãos que sejam, dentre outras coisas, capazes de questionar exclusões e identificar realidades. Por outro lado, Murad afirma que é necessário lidar com o elemento da competição porque ele também é próprio da condição humana. O aluno passa a ter noção também do corpo em sua totalidade e passa entender a importância de se respeitar como corpo [...] “Ao tentar explicar todas as suas dimensões, o homem se retalha em duas, três ou quatro partes e depois se torna incapaz de perceber a totalidade em que elas se realizam” (Medina, João Paulo S. 1990 p.42). Como professores que entendem que os alunos devem saber pensar e questionar, também temos o dever de proporcionar o conhecimento total das práticas aplicadas em aula, como a história e a mudança que pode acontecer em suas atitudes [...] “Ao longo da história dessa disciplina (Ed. Física), priorizou-se os conhecimentos numa dimensão procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se relacionar nas manifestações dessa cultura (DARIDO e RANGEL, 2005).
Nossa caminhada de “liberdade” está apenas começando, já começamos ter outra visão da nossa futura profissão, assim como na revolução galilaica, quando Galileu observa através do telescópio as manchas solares e outro cientista não as vê nas mesmas condições e, isso acontece quando passamos a perceber que existe outra possibilidade além do que nos foi ensinado e passamos a quebrar paradigmas. Assim como Fernão Capelo teve um mestre Chiang para dar um norte sobre essa liberdade tão desejada por ele, nós também temos os nossos professores, porém um dia eles não estarão mais conosco e então vamos precisar ter autonomia para continuar a nossa caminhada e não nos deixar acomodar [...] “Chegou o dia em que Chiang se evaporou. Falara calmamente a todos, exortando-os a nunca deixarem de aprender, de treinar e de lutar por compreenderem cada vez melhor o perfeito e invisível princípio de toda a vida”. (Bach, Richard 1970. P. 99). Após ter se separado de seu mestre Fernão Capelo passas a ser o mestre de outras gaivotas.
Bibliografia:
- Medina, João Paulo S. Educação Física de corpo... e “mente”. ed.Papirus, Campinas, SP, 9º edição, 1990.
- Daolio, Jocimar, Cultura: educação física e futebol. 2ª ed. Ver. e ampliada. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 2003.
- Focault, Michel, Vigiar e Punir, Editora Vozes, ed. 35ª, Petrópolis RJ 2008.
-Oliveira, Vitor M, O que é Educação Física. Editora Brasiliense, São Paulo, 2004. 4ª reimpr. da 11. Ed. de 1994.
- Vilela, Silvio H. Lazer na Educação Física Escolar: Compromisso ou Abandono Pedagógico? http://cev.org.br/biblioteca/lazer-educacao-fisica-escolar-compromisso-abandono-pedagogico, 2006. Data de acesso 25/05/2010.
- Silva, Cintia L. da, Vivência de atividades Circenses Junto a Estudantes de Educação Física: Reflexões Sobre Educação Física no Ensino Médio e Tempo Livre, www.anima.eefd.ufrj.br/licere/pdf/licereV12N02_a1.pdf, 2009, data de acesso 01/06/2010.
-Osborne, Renata eBatista, Washington A. Mestrado em Ciências da Atividade Física, UNIVERSO, Niterói, RJ, Brasil- Motriz, Rio Claro, v.16 n.1 p.28-36, jan./mar. 2010. Acesso 14/04/2010.
-Bach, Richard. A História de Fernão Capelo Gaivota. Editora nórdica, Nova York, 1970.
parabens fÊ.Continue com essa inteligencia que te faz escrever tão bem.Muito bom suas postagens.
ResponderExcluirtá muito bom........
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