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sábado, 12 de junho de 2010

Paintball



Fizemos uma vivência em grupo no Paintball, foi uma experiência nova para o grupo, ninguém havia participado desse jogo antes. Foi possível fazer relações com algumas temáticas trabalhadas, que serão postadas aqui.

Paintball relacionado com a fundamentação teórica.
Começaremos nossa análise pelo lúdico:
Lúdico
[...] “Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana”. (Huizinga, J. Homo ludens,2007 p. o33). O paintball foi idéia de uma pessoa do grupo, porém todos concordaram por se tratar de algo que ninguém havia vivenciado antes, foi algo voluntário, pois todos foram por livre e espontânea vontade, não foi imposto. O jogo foi realizado em um espaço com características de um campo de guerra. As regras já eram determinadas pelo o juiz que eram obrigatórias para a segurança dos participantes, havia também regras de pontuação, porém essas regras não eram tão severas a ponto de nos fazer perder a ludicidade. Havia tensão principalmente para as meninas, por se tratar de um jogo e um espaço “masculino”, porém a alegria e o prazer logo aparecem no momento em que as meninas começam a se deslocar pelo campo e sentir o prazer de atirar no adversário. Foi um momento que nos tirou completamente do nosso cotidiano, pois fomos literalmente absolvidos pelo jogo.
Toda brincadeira de luta sempre tem um ou mais participantes que acabam se machucando, todos que participaram da vivência saíram pelo menos com um hematoma.
[...] Os cachorros e os garotinhos lutam “de brincadeira” com regras que limitam o grau de violência, apesar disso nem sempre os limites da violência permitida excluem o derramamento de sangue ou mesmo a morte do combatente. (Huizinga, J. Homo ludens,2007 p. 101).
Três dimensões do conteúdo
[...] Para o bom desempenho do jogo é fundamental que as atividades corporais, as habilidades e o domínio da técnica de cada jogador se relacionem, não na reduzida idéia de equipe ou conjunto somente para vencer, mas na perspectiva da compreensão das múltiplas determinações no desempenho de um jogo.
Com isso se quer dizer que erro/acerto, vontade coletiva, valores éticos, morais e políticos, habilidades e domínio técnico são determinações para as mudanças qualitativas. (Metodologia de Ensino da Educação Física, Coletivo de Autores, pág. 41).
Quando a equipe não visa apenas vencer o jogo a “competição” ali instaurada ganha outra roupagem, pois os competidores conseguem perceber a importância da cooperação entre a equipe, de perceber os erros e os acertos e também entender a importância do adversário em campo, pois para chegar o no resultado final é necessário entender que o adversário é a peça fundamental do jogo.
[...] “Ao longo da história dessa disciplina (Ed. Física), priorizou-se os conhecimentos numa dimensão procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se relacionar nas manifestações dessa cultura (DARIDO e RANGEL, 2005, efdesportes). Entramos aqui na dimensão atitudinal, pois aprendemos ao longo da nossa vida escolar apenas realizar os movimentos e a competir, no paintball os nossos valores éticos e morais foram colocados a prova, pois poderíamos usar de má fé para machucar o nosso colega, entendemos que o bom desempenho do jogo se deu no momento em que cada um percebeu a dimensão atitudinal em suas ações, tivemos respeito ao próximo, cooperação, companheirismo e farplay. Não podemos excluir as outras duas dimensões, pois na parte conceitual temos a história do paintball e temos também a parte procedimental a qual não ficou muito em evidência, pois atirar e ao mesmo tempo correr e se esconder não era algo muito familiar.
Aprendizagem:
Em aprendizagem motora Daólio cita Fitts (1965 p.20) “Três fases da aprendizagem: cognitiva ou inicial. Em que o iniciante tenta entender a tarefa e o que ela requer; Fase associativa ou intermediária, em que ocorre uma maior organização e padronização dos movimentos já aprendidos; e fase autônoma ou final, na qual as habilidades requerem menos processamentos e o individuo pode ocupar-se com outros aspectos da performance ou mesmo realizar outras habilidades simultaneamente”.
A dimensão procedimental não ficou muito em evidência, pois tivemos que passar por essas três fases.
1ª fase cognitiva: aconteceu no momento em que o juiz estava explicando as tarefas que o paintball requeria.
2ª fase associativa: começamos a padronizar nossos movimentos, colocando em pratica o que foi entendido na 1ª fase.
3ª fase autônoma: Ocupamos-nos com outros aspectos e realizamos movimentos simultâneos como correr e atirar ao mesmo tempo ou se esconder e atirar.
Corpo
Analisando o que foi citado anteriormente podemos perceber o corpo em sua totalidade [...] “O movimento é uma condição necessária, mas não suficiente para a ação. (Tani,G.Educação Física escolar)”. Em um pensamento cartesiano apenas o fato de se movimentar já seria suficiente para jogar o paintball, porém se isso fosse realidade não teríamos que passas pelas três fases de aprendizagem e a dimensão procedimental seria algo natural e teria sobressaído durante o jogo. [...] “Ao tentar explicar todas as suas dimensões, o homem se retalha em duas, três ou quatro partes e depois se torna incapaz de perceber a totalidade em que elas se realizam” (Medina, João Paulo S. Educação física cuida do corpo e “ mente”,1990, p.42).
Cultura corporal de movimento.
Para Geertz (A interpretação das culturas, 1989), a cultura é a própria condição de vida de todos os seres humanos. É produto das ações humanas, mas é também processo contínuo pelo qual as pessoas dão sentido às suas ações. (Daolio, Jocimar. Educação física e co conceito de cultura, 2004. P.7) Ao entendermos o corpo em sua totalidade em qualquer ação, entendemos que ele possui cultura, pois está inserido em uma sociedade, se analisarmos o paintball esse esporte não faz parte da nossa cultura, porém está sendo inserido aos poucos, pois em alguns estados do nosso país existem federações, apesar do surgimento do paintball não ter haver com guerra, o jogo tem essa conotação. Os acessórios sozinhos não são considerados cultura, porém no momento em que começamos a trabalhar com eles passamos a exercer cultura, não nos remetemos apenas à cultura de outros países, como o país de origem do paintball ou países de guerra, mas também a nossa cultura.( por exemplo: quando era pequena assistia junto com o meu pai filmes de farwest e falava que quando fosse grande eu seria “pistoleira” no sentido de que usaria pistola, quando dei o 1º tiro no paintball me senti realizada.)

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